Longevidade e suplementos: o que realmente funciona?
Uma reflexão sobre os modismos das terapias anti-idade e o que a ciência diz sobre envelhecer com saúde de verdade.
5/20/20253 min read


A longevidade não está nos frascos
Envelhecer de forma saudável e independente é um objetivo compartilhado por muitos, especialmente a partir dos 60 anos. Nessa busca pelo envelhecimento bem-sucedido, é comum que pessoas recorram a suplementos vitamínicos, fórmulas milagrosas e soros que prometem melhora da vitalidade e longevidade.
Mas será que essas pílulas e infusões cumprem o que prometem?
Seria ótimo se bastasse tomar um suplemento para garantir uma vida longa e saudável — um verdadeiro "elixir da vida", simples, acessível e eficaz.
Mais do que milagres, uma vida saudável se constrói ao longo dos anos, exige compromissos: com o movimento, com ingesta alimentar saudável, com o sono restaurador, com vínculos sociais e com o acompanhamento médico regular.
Não se trata de encontrar uma solução rápida. Trata-se de constância e atenção aos fatores que impactam a saúde ao longo de toda a vida. Vejo pacientes preocupados em buscar suplementos “milagrosos” e, ao mesmo tempo, negligenciando o tratamento da hipertensão ou do diabetes – doenças para as quais há ampla evidência de que, quando mal controladas, aumentam a mortalidade e reduzem a qualidade de vida.
Ou seja, é preciso cuidado para não se apegar aos “milagres” e esquecer o básico, que de fato funciona.
A ciência é clara: não há comprovação de que suplementos ou infusões vitamínicas, isoladamente, prolonguem a vida ou previnam doenças graves. O que realmente faz diferença costuma ser justamente aquilo que deixamos de lado por parecer óbvio demais.
O que realmente funciona?
Em vez de investir tempo e recursos em soluções milagrosas, vale priorizar os pilares com eficácia comprovada para a promoção da saúde para um envelhecimento saudável:
Exercício físico regular: atividades aeróbicas melhoram o condicionamento cardiovascular e respiratório; exercícios de força mantêm músculos e ossos, combatendo a sarcopenia e a osteoporose; práticas de equilíbrio e flexibilidade ajudam a prevenir quedas.
Sono adequado: o descanso noturno de qualidade é essencial para melhor desempenho físico e cognitivo.
Alimentação equilibrada: priorizar alimentos naturais, minimamente processados, com variedade de vegetais, grãos integrais e rica em proteínas. Evitar ultraprocessados, excesso de açucares, sal e gorduras.
Engajamento social, mental e espiritual: manter laços sociais, cultivar hobbies e desafiar o cérebro por meio de leitura, aprendizado e jogos é fundamental para preservar o humor e a saúde cerebral. Além disso, o suporte espiritual — seja por meio da fé, práticas religiosas ou reflexões sobre propósito e sentido de vida.
Acompanhamento médico preventivo: check-ups regulares, vacinação atualizada e exames de rastreamento conforme a faixa etária são insubstituíveis para detectar e tratar precocemente inúmeras condições.
Evitar excessos nocivos: o tabagismo deve ser abolido; o consumo de álcool, moderado; e o estresse crônico, reconhecido e manejado com seriedade.
Esses são os verdadeiros pilares de uma vida longa e saudável. Nenhum multivitamínico é capaz de substituir isso.
E os suplementos?
Polivitamínicos e nutrientes específicos não são vilões, mas como mencionado não devem ser vistos como solução universal. Quando bem indicados — com base em avaliação clínica e exames laboratoriais —, podem atuar como coadjuvantes valiosos, corrigindo deficiências e oferecendo suporte nutricional em situações particulares.
É fundamental manter um olhar crítico diante de modismos. Desconfie de produtos ou protocolos que prometem juventude eterna ou cura de múltiplos males. O senso crítico protege contra escolhas baseadas em promessas infundadas.
O dinheiro gasto ( que não tem sido pouco) em infusões frequentes talvez tragam mais retorno se investidos em consultas nutricionais, alimentação de qualidade ou matrícula de academia ou contratação de profissional para realização de exercícios, por exemplo.
Conclusão
Envelhecer bem é resultado de um conjunto de fatores. Polivitamínicos e suplementos isolados não garantem longevidade nem proteção absoluta, conforme demonstram as evidências científicas atuais. Quando usados com critério, visando correção de deficiências ou em situações bem definidas, podem oferecer benefícios pontuais.
A chave está no equilíbrio: informação de qualidade, orientação profissional e bom senso.
Em última análise, manter-se ativo, alimentando-se bem, cultivando vínculos e cuidando da mente e do espírito continua sendo o “suplemento” mais eficaz para uma vida longa, independente e plena. Suplementos podem ser aliados — mas jamais substituirão o poder dos hábitos saudáveis, construídos dia após dia.
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