Fatores de risco de Alzheimer
Você sabia que existem formas de reduzir o risco de desenvolver a doença?
DEMÊNCIAS QUALIDADE DE VIDA
9/7/20245 min read
As causas da doença de Alzheimer não são totalmente definidas, no último post, foi discutido que genética e a idade são importantes fatores de risco e que não podemos alterá-los.
No entanto, cerca de 40% dos casos de demência estão relacionados a fatores de risco modificáveis. Estudo recente realizado pela Faculdade de Medicina da USP, aponta números ainda mais abrangentes, revelando que 54% dos casos de demência na América Latina são relacionados a estes fatores de risco:
Atualmente 14 fatores de risco são relacionados a maior desenvolvimento de demências, sendo eles:
baixa escolaridade
hipertensão arterial
diabetes mellitus
sedentarismo
obesidade
traumatismo cranio encefálico
isolamento social
depressão
déficit auditivo
tabagismo
consumo excessivo de bebidas alcoólicas
colesterol LDL
déficit visual
poluição atmosférica
Isso significa que podemos tomar medidas para prevenir muitos casos de demência. Aqui estão algumas ações importantes:
Estímulo cognitivo
A escolaridade e aprendizado nas primeiras décadas de vida são essenciais e quanto mais estímulos e desafios você enfrentar, mais saudável será seu cérebro no futuro.
Mantenha a mente ativa, continue aprendendo, expondo seu cérebro a novas experiências e informações, como por exemplo leituras, aprender novos idiomas, tocar instrumentos musicais ou resolver jogos e quebra-cabeças
O ideal é que seu cérebro seja constantemente desafiado com novos aprendizados e situações que exijam atenção e raciocínio.
Saúde visual e auditiva
A perda auditiva e a perda de visão são fatores que podem aumentar o risco de demência, como o Alzheimer. Quando a pessoa tem déficit auditivo, o cérebro tem dificuldade para interpretar os sons, o que pode afetar negativamente funções como memória e atenção.
Da mesma forma, a perda de visão, especialmente em idades mais avançadas, está associada a um risco aumentado de desenvolver demência. Estudos mostram que pessoas com condições oculares como catarata e retinopatia diabética apresentam um risco maior de declínio cognitivo.
Além disso, ambas as condições podem levar a isolamento social, diminuindo ainda mais a estimulação cognitiva e aumentando o risco de declínio mental e depressão.
Para prevenir esse problema, é importante proteger os ouvidos em situações de exposição a ruídos altos e, caso a perda auditiva ocorra, buscar o uso de aparelhos auditivos o quanto antes. O tratamento precoce de problemas visuais, como a cirurgia de catarata, também estão indicado. Manter a saúde ocular e auditiva em dia, por meio de exames regulares e tratamentos adequados, é uma maneira importante de cuidar da saúde cerebral e prevenir o declínio cognitivo.
Prática de atividade Física
A atividade física em qualquer idade parece ser benéfica para a cognição, possivelmente através de melhorias no fluxo sanguíneo, redução da hipertensão e aumento do óxido nítrico, resultando em maior plasticidade cerebral e menor neuroinflamação. Pessoas que se exercitam regularmente têm volumes cerebrais relativamente maiores do que aquelas que se exercitam menos ou não se exercitam. Mantenha-se fisicamente ativo ao longo da vida!
Traumatismo crânio encefálico
Lesões ocasionadas por traumatismo crânio encefálico (TCE) podem causar ou agravar as demências, sendo geralmente relacionadas a início mais precoce da demência em 2 a 3 anos comparadas as pessoas sem TCE. Essas lesões podem ser ocasionadas por quedas, violência, acidentes de trânsito ou esportes de contato (futebol americano e boxe por exemplo).
A proteção contra ferimentos na cabeça, uso de equipamentos de proteção para prática esportiva assim como cuidados para evitar acidentes e quedas são formas de prevenir os traumatismos e o consequente dano cerebral.
Controle de peso, hipertensão arterial, diabetes e colesterol
A obesidade pode diminuir o fluxo de sangue cerebral ocasionando perdas cognitivas, além disso está frequentemente associada a outras condições de saúde, como diabetes e hipertensão, que também são fatores de risco para demência. O tratamento da obesidade está associado com menor risco de perda cognitiva.
Recentes evidências mostram que o diabetes tipo 2, especialmente quando iniciado na meia-idade (45 a 65 anos), aumenta o risco de desenvolver demência ao longo da vida em até 2x. A OMS destaca que a presença prolongada de diabetes e seu controle inadequado são fatores que intensificam esse risco.
A hipertensão arterial como já mencionado também é um importante fator de risco não só para demência de Alzheimer, mas também para demência vascular. Sendo que quando se desenvolve na meia-idade está associada a um aumento de aproximadamente 1,5vezes no risco de demência.
Recomendações mais recentes, trazem evidências de que o colesterol LDL elevado na meia-idade também é fator de risco para demência
Diabetes e hipertensão podem não manifestar sintomas ao longo de muitos anos, sendo importante manter avaliações e realização de exames regularmente ao longo da vida para diagnóstico precoce e tratamento adequados.
Isolamento Social e Depressão
O contato social de qualquer forma tem um efeito potencialmente benéfico no risco de demência ao construir reserva cognitiva, promover comportamentos saudáveis e reduzir estresse e inflamação. O isolamento social deve sempre que possível ser evitado.
ATENÇÃO para idosos que moram sozinhos e mantém pouco contato com família, amigos ou deixam de participar de atividades em grupo, pois estão em risco de desenvolverem demência ao longo do envelhecimento!
A depressão está presente em um grande número de pacientes com Doença de Alzheimer (cerca de 40 a 50% ), podendo ser fator de risco e também manifestação inicial do quadro de demência.
A depressão é um transtorno mental e seu tratamento pode melhorar muito a qualidade de vida. Na presença de sintomas, busque ajuda para o tratamento.
Tabagismo e consumo excessivo de bebida alcoólica
Estudos mostram que pessoas que fumam durante a meia-idade têm um risco maior de desenvolver demência mais tarde na vida. A boa notícia é que parar de fumar pode reduzir significativamente o risco de demência em comparação com quem continua fumando. Logo, se você fuma, aqui está mais um bom motivo para abandonar este hábito!
Manter consumo excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado a aumento nos casos de demência, esta relação não ocorre com o consumo leve a moderado. Logo, não é necessário deixar de ingerir bebidas alcoólicas, apenas manter moderação!
Poluição Atmosférica
A poluição do ar também está associada a maior risco de demência, comprometimento cognitivo leve e Alzheimer. Essas descobertas reforçam a importância de reduzir a poluição do ar não apenas para minimizar as consequências ao meio ambiente mas também para proteger a saúde do cérebro.
Resumindo, as abordagens de prevenção devem ter como objetivo estimular a população a se manter mental, fisica e socialmente ATIVA.
Embora abordar os fatores de risco em um estágio inicial da vida seja desejável, também há benefícios em abordar o risco ao longo da vida; NUNCA é muito CEDO ou muito TARDE para reduzir o risco de demência, COMECE HOJE!
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