Doença de Alzheimer é genética?

Quais as chances de ter Alzheimer caso um familiar tenha recebido este diagnóstico.

DEMÊNCIAS CUIDADORES

8/27/20242 min read

Esta é uma das perguntas que mais escuto no consultório. Assim que o diagnóstico de doença de Alzheimer ocorre, os filhos demonstram interesse em saber se também desenvolverão a doença em algum momento.

A resposta pra esta pergunta é que o Alzheimer pode ter uma herança genética, mas nem sempre ela é determinante.

Alguns raros casos (menos de 1%) de doença de Alzheimer são relacionadas a mutações genéticas, que alteram a forma como as proteínas se comportam no cérebro. Esses casos são relacionados a doença de início precoce, que afetam pessoas mais jovens, geralmente abaixo de 65 anos e tem uma herança genética autossômica dominante. Logo, são famílias com vários casos de pessoas abaixo dos 65 anos apresentando sintomas de demência.

Já a apresentação mais comum da doença de Alzheimer, ocorre após os 65 anos, sendo que aproximadamente 85% dos casos ocorrem em pessoas com 75 anos ou mais. O maior fator de risco para se desenvolver Alzheimer é a idade, após os 60 anos, a frequência com que a doença atinge a população vai dobrando a cada 10 anos, e esses aumentos cumulativos ao longo dos anos fazem com que cerca de 40% das pessoas acima de 90 anos de idade apresentem sintomas de Alzheimer. Então não é difícil, que em famílias longevas existam vários idosos com problemas de memória.

Na doença de Alzheimer de início tardio, o histórico familiar está ligado a um risco maior de desenvolver a condição. Se um dos pais desenvolve Alzheimer após os 65 anos, os filhos têm cerca do dobro de chance de também desenvolver a doença em comparação com aqueles sem esse histórico. Isso ocorre devido à combinação de fatores genéticos e ambientais.

Embora não haja o que ser feito em relação a história familiar, há sim como reduzir os riscos de doença de Alzheimer cuidando dos fatores ambientais e estilo de vida.